A PUBALGIA TEM SOLUÇÃO. E VOCÊ ENCONTRA AQUI
- Marcelo de Assis
- 16 de jun. de 2016
- 4 min de leitura
A pubalgia é uma doença de causa multifatorial que causa dor na região baixa do abdômen e na virilha, muito comum em atletas por sobrecarga de exercícios. Saiba como tratar, como é um pós operatório e quem pode te ajudar.
O que é a pubalgia?
A pubalgia se caracteriza pela presença de dor, na região baixa do abdômen e na virilha. Descrita pela primeira vez em um atleta de Esgrima, se popularizou em 1983, quando Willey descreveu o primeiro caso em atleta de futebol. Desde então vem ganhando muito apelo no mundo esportivo, e é cada vez mais frequente em atletas recreacionais e profissionais, sendo uma doença causada basicamente por sobrecarga de exercícios.
A região do púbis é considerada o centro de gravidade do corpo, e a junção dos ossos ilíacos na região anterior da pelve se chama sínfise púbica. Nesta região, ocorre a inserção e consequente tração de diversas forças musculares como os Retos Abdominais superiormente, os Oblíquos do Abdomen numa diagonal superior, os Adutores em sentido diagonal inferior e o Reto Femoral, Íleo-Psoas e Sartório inferiormente.
É considerada uma doença progressiva, crônica, causando inflamação óssea, cartilagem, ligamentos, tendões ao redor da Sínfise Púbica.
De causa multifatorial, não é possível atribuir uma causa única. Geralmente está associado a sobrecarga de exercícios, desequilíbrios musculares, encurtamento muscular, redução de mobilidade das articulações coxo-femoral e sacro-ilíaca, micro-lesão no adutor, enfraquecimento da parede abdominal entre outros.
Muito comum em jogadores de futebol, pelos chutes repetidos e também em esportes com troca de direção constante e contato físico; em 80% dos casos os pacientes referem dor na região adutora e em 40% ao redor da sínfise púbica. Podem também referir dor na região baixa do abdômen (30%), no quadril em 12% e na bolsa escrotal em 8%.
“Em 80% dos casos os pacientes referem dor na região adutora.”
Atualmente estima-se que cerca de 10% das lesões crônicas relacionadas ao esporte sejam pubalgia.
O padrão e característica da dor também são informações importantes. Dor em queimação, irradiada para a região medial das coxas, que piora após a atividade e por vezes contínua. Piora e interfere na performance sexual.
Além da dor, que geralmente tem caráter progressivo, a incapacidade para a prática esportiva é uma característica marcante da doença.
Existe uma categoria de Pubalgia, chamada infecciosa, que ocorre de forma secundária a uma Doença Sexualmente Transmissível (D.S.T.).
Outras causas, como Ginecológicas, Urológicas, Infecciosas e Hérnias intra-abdominais devem ser afastadas, visto que a lista de diagnósticos diferenciais é extensa:
Ortopédicas
Estiramento do músculo adutor, Estiramento do músculo ileo-psoas, fratura-avulsão, fratura por estresse, patologia intra-articular do quadril (Impacto fêmoro-acetabular, lesão labral, corpo livre, artrose precoce), deformidades congênitas do quadril, radiculopatia lombar, compressão nervosa.
Cirurgia Geral
Apendicite, doença diverticular, bridas e aderências intra-abdominais.
Urológicas
Infecção do Trato Urinário, prostatite, dor tentacular, varicocele.
Ginecológicas
Compressão peri-ligamentar, endometriose, cisto ovariano.
As radiografias convencionais demostram rarefação e esclerose óssea, na sínfise púbica, o que representa um estágio avançado na doença.
A Ultrassonografia define a presença de hérnias intra-abdominais ou inguinais, diagnóstico que deve ser excluído. A Ultrassonografia dinâmica é capaz de detectar defeitos na parede posterior do abdômen, que é uma das principais causas da doença.
A Cintilografia Óssea é notado o aumento de captação do radiofármaco na região do púbis, geralmente maior que a Espinha Ilíaca Ântero-Superior, quanto mais escurecido estiver nesta fase, maior a sobrecarga e o remodelamento ósseo no local. A presença nas fases iniciais do exame estão relacionas a maior inflamação no local.
A Ressonância Magnética Nuclear identifica em muitos casos, a presença de edema na medular óssea do púbis, assim como possíveis tendinopatias dos adutores e da musculatura abdominal.
Classificações
Grau I -Sintomas unilaterais, no membro inferior do chute;
Grau II -Sintomas bilaterais nos adutores;
Grau III -Sintomas bilaterais nos adutores e também no reto abdominal. Incapaz de praticar esportes;
Grau IV -Grau III associado a dor na coluna lombar. Atividades como defecar, espirrar e andar (para atividades diárias) causam dor.
“Além da dor, que geralmente tem caráter progressivo, a incapacidade para a prática esportiva é uma característica marcante da doença.”
Como tratar?
Vários tipos de tratamentos estão descritos para a pubalgia.
Inicialmente, nos quadros agudos, a tentativa de repouso, medicação analgésica e anti-inflamatória e afastamento das atividades físicas associado a crioterapia (gelo), podem gerar melhora inicial parcial, porém os sintomas retornam com a volta a atividade esportiva.
A fisioterapia convencional, osteopatia, alongamentos, fortalecimentos musculares específicos é estimulado nas primeiras 6 semanas para um atleta profissional e 3 meses para um atleta recreacional. Após este período, caso o paciente não tenha apresentado uma melhora de 80% do estado incial, é sugerido o tratamento cirúrgico.
Existem muitas críticas na literatura ao tratamento conservador, que em grande parte dos casos, não garante a cura do problema, é dispendioso e muito demorado, podendo perdurar por até 12 meses, além de estar associado a uma alta taxa de recidiva da patologia.
O uso de antibióticos deve ser orientado quando diante de um quadro infeccioso.
Outra opção seria a Radioterapia em doses anti-inflamatórias no púbis, guiada por Tomografia Computadorizada teve algum sucesso no passado, porém está relacionado a um grande número de complicações.
O tratamento, em grande parte dos casos é cirúrgico, e consiste em identificar o local do desequilíbrio e da deformidade e correção desta.
“Nos estudos mais recentes, o tratamento cirúrgico apresenta melhores resultados (cerca de 90 a 99% de cura) e também um menor tempo de recuperação e menor taxa de recidiva.”
O pós operatório
Uma vez diagnosticada a real causa do problema e submetido ao tratamento cirúrgico, a reabilitação segue algumas fases que, de forma progressiva devem ser respeitadas.
Não é necessário a utilização de muletas e uma fase de repouso relativo de 3 semanas é respeitado. Após esse período, o paciente é estimulado a retornar as atividades físicas como bicicleta, musculação, transport, seguido de corridas, trocas de direção e retorno ao esporte de preferência.
O tempo total de reabilitação gira em torno de 8 a 12 semanas, dependendo do local onde foi corrigida a deformidade.
O paciente retorna para uma re-avaliação com 6 meses. Quando, cerca de 95% dos pacientes se dizem satisfeitos e em um nível superioras pré-operatório quando diz respeito a prática esportiva.
FONTE: http://www.pubalgia.com.br/
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